domingo, 8 de março de 2009

As Mulheres e o Samba




Já disseram, e foi Vinicius de Moraes quem disse, que o samba é a tristeza que balança. Se ele é triste, muito provavelmente, o é por causa de uma mulher. Ainda que no universo do samba seja reduzido o número de compositoras e o número de cantoras seja relativamente grande, foi, de fato, como personagem de sambas que a mulher conseguiu seu lugar de destaque.



Há inúmeros sambas falando da mulher ingrata, da que abandona o homem pra 'vadiar' e também daquela que troca de amores ou mesmo nunca foi de ninguém. Há também a mulher a ser exaltada e alguns casos de mulheres como primeira pessoa do discurso. Durante algum tempo vamos falar delas. Conhecê-las por meio de algumas poucas canções feitas em sua maioria por homens. Vamos descobrir que sem a mulher o samba nao seria metade do que ele é hoje.



Começaremos por um samba de Ary Barroso chamado FACEIRA que retrata a saudade do eu-lirico pela mulher que vivia de fazer visagens e passar rasteira. Ela sai do morro pra viver na cidade deixando em seu lugar apenas saudade.



Consta no DICIONARIO CRAVO ALBIN DA MUSICA POPULAR BRASILEIRA que a primeira gravação da musica foi pelo autor, tendo sido tanbém gravada por cantores famosos de diversas épocas, como Silvio Caldas (1953) e a mais recente por Marcelo Guima (2002). Uma das versões que considero mais bonita é a de Rosa Passos [acompanhada pelo violão de Lula Galvão] (1997).



Foi num samba de gente bamba

Ô gente bamba

Que eu te conheci, faceira

Fazendo visagem

Passando rasteira

Que bom, que bom, que bom

E desceste lá do morro

Pra viver cá na cidade

Deixando os companheiros

Quase loucos de saudade

Linda criança

Tenho fé, tenho esperança

Que algum dia hás de voltar

Direitinho ao teu lugar


PS: Como em um outro especial, este também será ilustrado e terá um padrinho. As imagens que serão usadas sao do cartunista Lan.
Lan, com humor ácido, ficou celebre também por desenhar mulatas, sua paixão. Italiano que chegou criança ao Brasil, disse certa vez que ficou fascinado com as mulatas. Acostumado a mulheres de tez clara, ele se 'apaixonou' por uma que foi sua babá. Anos mais tarde se casou com uma mulata legitima.

Carybé, argentino radicado em Salvador, já falecido, que ficou célebre pintando baianas disse certa vez que Lan havia inventado as mulatas. Como 'inventor' das mulatas ele será o padrinho da nossa serie! Viva Lan! Viva as mulatas! Viva as mulheres! Viva o samba!
A série começa no dia 08/03 - Dia Internacional das Mulheres - pra ver se dá samba... rs!

Um comentário:

Unknown disse...

"Viva Lan! Viva as mulatas! Viva as mulheres! Viva o samba!"

Viva as mulatas!!! Viva as mulheres!!! o/\o
Não sei nada sobre Lan e sobre samba, sinceramente, prefiro ficar sem saber! \o/