terça-feira, 12 de maio de 2009

Batendo a porta




Batendo a porta é uma parceria do cantor e compositor Joao Nogueira com o muito bom letrista Paulo Cesar Pinheiro. Foi na voz do proprio cantor que a musica foi imortalizada. O eu lirico é um homem diante da mulher [a ingrata... rs! Figura fascinante do samba carioca] que volta a procurá-lo. Ela o deixa, como a faceira de Ary, por uma vida melhor fora da favela. Arrependida ou nao, o fato é que ela torna a procura-lo e ele orgulhoso tenta se mostrar mais forte do que o desejo de ceder.


A música é linda e tem algumas passagens sublimes de delicado rancor muito bem disfarçado como nos versos "pode entrar/A casa é sua/Mas nao repare a casa humilde/ Que voce trocou por um solar".


A imagem da mulher interesseira é recorrente, a figura da mulata que desce o morro e busca ascençao social tendo como mérito o corpo estonteante. No filme Xica da Silva (Carlos Diegues, 1975, Br), a personagem titulo seduz o contratador Joao Fernandes que a compra do seu dono e este e o filho choram num porre a dor da ingratidao da escrava que abandona 'os carinhos' de ambos. A cena é antológica!


Em outro filme do Diegues, ORFEU DO CARNAVAL, de 1998, há uma cena onde a tia de Euridice conta a ela sobre a rainha de bateria que ensaia na quadra da Academicos do Morro da Carioca. Ela também deixou a favela para morar num 'solar'. A personagem de Isabel Fillardis será a proxima a descer, assim que o carnaval acabar. Pelo menos é no que ela aposta.


Mas voltando a musica do Joao e PC, o lindo samba fala dessa mulher fascinante e fiquemos agora com o video de uma apresentaçao do Joao Nogueira no Pelourinho.






Como é que vai?

Saúde boa?

Não foi à toa que você mudou daqui

Pra melhorar

Mas pode entrar

A casa é sua

E não repare a casa humilde

Que você trocou por um solar

Pode sentar

Fique à vontade

Te deu saudade de um amor

Que infelizmente já não há

Pode falar

Pode sofrer

Pode chorar

Porque agora você não me ganha

Eu conheço essa manha

E não vou me curvar, mas

Pode tentar

Pode me olhar

Pode odiar

Pode até sair batendo a porta

Que a Inês já é morta do lado de cá.

domingo, 10 de maio de 2009

Fosse eu rei do mundo...

Quanto tempo, ne? Aposto que estavam roxos de saudade... rs! Eu tbm.
Entao, apareci pra fazer a minha homenagem ao dia das Mães. Dizem que dia das maes deve ser todos os dias, mas o cotidiano e a ideia de que mãe é pra sempre faz com que muitas vezes deixemos de tornar explicito o nosso amor por elas.

Só que tem um porém... mãe sabe quando é amada. Pergunte a cada uma delas e você verá.

E porque mãe nao é pra sempre, a homenagem de hoje vai para aquelas que já cumpriram 'a profecia do beato que dizia que' mãe vira estrela. Mãe nao morre, mãe vai brilhar em outro lugar com a benção do Nosso Senhor.

E fica daqui um beijo em quem carrega dentro do peito uma saudade com três letras.


Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.


Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo -

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

[PARA SEMPRE - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE]

Mães: Dalva, Marisa, Gloria, Lucia, Lucimara, Lindinalva, Rosangela, Bruna, Anne, Rejane, Luciane, Rosa, Paula, Flavia, Luciana, Rita, Adriana, Norma, Aluonir, Beatriz, Jacira, Maria, Irene, Jandira, Thilda, Sonia, Elza, Ivanilde, Celeida, Indiana, Fatima, Rosalia, Eli, Solange, Vania, Vera, Denise, Sandra, Riselane, Margarida, Lourdes, Florise...